sábado, 24 de dezembro de 2016

Livros Lidos (5)


Um livro com poucas páginas que deu para concluir em apenas um dia. Para quem estuda, ler e se debruça sobre a História da Igreja e da Teologia protestante, é de salutar importância saber quem foi Jacó Armínio e seu sistema teológico que influenciou e ainda inspira tantas denominações cristãs mundo a fora. Jacó Armínio está entre os Teólogos que mais influenciaram o Cristianismo nos últimos quatro séculos. Porém, é desconhecido até dos estudantes de História Eclesiástica e de Teologia.

“[...] Vale dizer que ele [Jacó Armínio] é, embora muitos não saibam e outros não queiram admitir, um dos maiores e mais importantes teólogos do Cristianismo. E a ironia se dá exatamente nisso, pois uma figura tão importante e com um legado tão duradouro como o que ele deixou seja tão desconhecida e negligenciada”. P. 14.

Nesse livro sucinto são apresentados os cinco pontos distintos do Arminianismo. Uma alternativa ao monturo de bosta que é o calvinismo em seus aspectos soteriológicos. 


Esse tema sempre me chamou a atenção. Por isso, mais um livro lido sobre a temática dos fenômenos sobrenaturais/paranormais. Para o autor, Ron Rhodes (Ph.D em Teologia pelo seminário Teológico de Dallas, EUA), a suposta paranormalidade de muitos médiuns é puro engodo. Eles se valem da boa fé ou da fragilidade emocional das pessoas, para ludibriá-las. Até aí, nenhuma novidade. Basta ter um senso crítico mediano para constatar isso. 

“[...[ estimo que mais da metade dos médiuns paranormais estão envolvidos em algum tipo de fraude”. P. 91. 

O bom senso aponta nessa direção mesmo. Mas e a outra parcela de médiuns? Será que eles se comunicam com os mortos e possuem poderes paranormais? Para Rhodes eles não se comunicam com os mortos, coisa nenhuma. E se há algum tipo de interação com o “outro lado”, essa interação está sendo feita com algum espírito maligno, segundo o autor. Quanto aos supostos poderes que os médiuns têm de predizer o futuro, ele traz um caso interessante. 

“As predições paranormais feitas em 2001 são altamente reveladoras. Todos os médiuns, sem exceção, falharam em prever o que deve ser considerado o mais importante e definitivo evento de 2001: o ataque terrorista às Torres Gêmeas na cidade de Nova York”. P. 96.

Poxa, um evento dessa magnitude não ter sido previsto por nenhum vidente, é de se estranhar mesmo. Cadê os poderes vindos do além?!


Dando uma olhada em alguns livros que li há alguns anos, me deparo com essa “pérola”. Depois de lê-lo de cabo a rabo, qual a minha conclusão? Minha conclusão é que o macedinho é um cara EXTREMAMENTE inteligente e sagaz. O cabra sabe ganhar dinheiro. Sabe enganar, ludibriar, encher com falsas esperanças a quem vai lhe pedir ajuda. 

Como o livro foi escrito por um de seus capachos, funcionário da rede Record, em nenhum momento o macedinho nos conta de onde foi que ele arranjou tanto dindin para adquirir os milhões que foram necessários para comprar a rede Record. E o panaca do Tavoralo nem perguntaria tal coisa. Bom, não precisamos quebrar a cabeça com isso, o dindin veio dos mais pobres da sociedade que faziam parte de sua igreja e, que lhe doavam o seu suado dinheirinho. 

Observação importante: Nunca que eu iria gastar um centavo comprando algum livro desse indivíduo. O tempo gasto lendo essa “obra-prima” já foi o suficiente. 


ECKMAN, James P. Panorama da História da Igreja. São Paulo: Vida Nova, 2005. 

Esse livro menciona alguns dos eventos mais significativos da história da igreja cristã, umas das forças culturais mais poderosas que moldou o mundo ocidental nos últimos quase dois mil anos. Numa breve análise desses acontecimentos, James P. Eckman (Ph.D em Teologia Histórica na Universidade de Nebraska, EUA) fala sobre o início do cristianismo no primeiro século, passando pelos pais da igreja nos quatro séculos seguintes, chegando ao cristianismo medieval e na reforma protestante no século XVI, também nos fala sobre as mudanças ocorridas no cristianismo advindas do iluminismo, da modernidade, das missões mundiais, dos pregadores protestantes do século XIX e XX, e do fundamentalismo como resposta ao liberalismo teológico.

“Será que Pedro foi o fundador da igreja de Roma, seu primeiro bispo e, consequentemente, o primeiro papa? Evidências incompletas apontam para um trabalho missionário realizado em Antioquia e, mais tarde, em Roma, mas não existem evidências de que tenha sido bispo de Roma ou permanecido muito tempo naquela cidade. [...] É difícil afirmar que Roma foi o centro eclesiástico - quanto mais teológico – da igreja cristã primitiva. Na melhor das hipóteses, foi apenas um lugar de honra”. P. 15.

Apesar disso, a igreja romana teimosamente que nem uma criança birrenta e rebelde continua a afirmar algo totalmente desprovido de evidências razoáveis! 

“[...] a reforma espanhola católica dificilmente pode ser considerada modelo de tolerância. O papa deu a [rainha] Isabel e a seu marido, [o rei] Fernando, a autoridade para usar a Inquisição, o tribunal eclesiástico, para forçar a aderência à doutrina e às práticas da igreja. Os judeus foram vítimas especiais da intolerância real. Em 1492, a coroa espanhola decretou que todos os judeus deveriam aceitar o batismo cristão ou então deixar os territórios espanhóis. Cerca de 200 mil judeus fugiram da Espanha por conta disso, a maioria deles deixando terras, posses e, alguns, perdendo, a própria vida”. P. 72.

Ah, o amor cristão... Assim é muito fácil manter todo um país “crendo” numa mesma coisa. Queria ver se não houvesse essa coerção horrível perpetrada pela igreja católica e seus governantes aliados, se a Espanha ou outro país continuariam debaixo das saias do papa. 

“A Inquisição – tribunal eclesiástico originalmente estabelecido em 1490 – [...] valia-se da tortura. Seu objetivo principal era obter a confissão e a retratação de crenças heréticas dos acusados. Se fossem considerados culpados, os acusados enfrentavam prisão ou execução. A corte do inquisidor raramente mostrava misericórdia”. P. 73.

Ah, o amor cristão... A coerção e não a persuasão era a maneira “amorosa” de colocar o “fiel” a “caminho do céu”. A capacidade de convencer pela via racional era tão pequena e tacanha que o uso da força era o meio mais rápido para chegar a esse “fim”. 

“A Reforma deu início a uma série de guerras religiosas por todo o continente europeu. Todas foram sangrentas e horríveis. A última delas foi a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). [...] Começando na Boêmia, a Guerra dos Trinta Anos varreu a Europa Central e a Alemanha, envolvendo todos os principais poderes europeus. [...] Os efeitos da guerra [...] foram devastadores para o cristianismo. [...] A barbárie e a brutalidade da guerra fizeram com que muitos questionassem o evangelho cristão. Como era possível considerar verdadeira a fé que produzira tamanhas atrocidades?” P. 75.

Ah, o amor cristão...


Um valioso livro historiando as primeiras aventuras dos protestantes no recém-descoberto território brasileiro, precisamente no Rio de Janeiro. Os huguenotes, como eram chamados os protestantes franceses, vieram ao Brasil tentar viver e difundir a fé reformada entre os indígenas. Algo inviável na França, que estava vivendo um período turbulento e de violenta repressão à nova fé que tinha se alastrado pelas suas cidades e vilas.

No Brasil, os protestantes franceses não foram bem sucedidos, o general que os acolheu, que se dizia um aderente da fé reformada, voltou à fé católica e passou a persegui-los, matando uns e expulsando outros. Na verdade, a primeira tentativa de implantar a fé reformada na Baía de Guanabara no Rio de Janeiro foi um completo fracasso. O protestantismo só veio se consolidar de vez nas terras brasílicas a partir do século XIX. Nesse meio tempo, através dos holandeses, a fé evangélica foi implantada no nordeste, mas foi só os holandeses serem expulsos pelos portugueses que ela esmoreceu mais uma vez.

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