sábado, 24 de dezembro de 2016

Livros Lidos (6)


Eis um livro com uma abordagem bem diferente que trata dos principais assuntos que perpassam o labor filosófico. Ao mesmo tempo em que ele introduz o leitor nos principais temas da Filosofia; as experiências acadêmicas do autor vão se intercalando com os problemas que os Filósofos se deparam há séculos na história da Filosofia.

Com uma ampla formação e robustez filosófica, Colin McGinn conta suas experiências nas Universidades de Manchester, Londres, Oxford e da Califórnia, tornando-se um dos mais conceituados Filósofos da Mente do século XX. Seus escritos na área são referências em inúmeras publicações sobre a complexa relação entre a Mente e o Corpo/Matéria. 

No início do livro ele narra a sua perplexidade quando teve contato com o Argumento Ontológico criado pelo Teólogo Santo Anselmo – ele ficou extasiado com o pensamento puramente abstrato que parecia provar apenas pela razão pura a existência de Deus. Conforme o tempo foi passando, McGinn acabou abandonando sua crença nessa “prova”. Mesmo que ele mesmo admita que não há nada de “obviamente errado” no argumento de Anselmo.


A Mary Rute Gomes Esperandio (Ph.D em Teologia pela Escola Superior de Teologia e Pós-Doutora em Psicologia da Religião pela Indiana University South Bend, EUA) faz uma abordagem diferenciada da “Pós-Modernidade”, tema que gera tanta animosidade. 

Começa com a problemática do que os teóricos entendem por “pós-modernidade”, abordando as diversas interpretações desse fenômeno, fazendo uma ponte com o contexto brasileiro, pegando exemplos de elementos importantes de nossa produção cultural, tais como o “antropofagismo” oswaldiano e o “tropicalismo”, movimentos culturais que forjam um novo modo de ver, sentir e estar no mundo, na criação de uma nova subjetividade. 

A autora não se furta em mostrar as mazelas que o pós-modernismo tem criado nas últimas décadas. Umas delas têm a ver com a estética e o consumo desenfreado que tem gerado pessoas psicologicamente desajustadas, por não alcançarem o padrão de beleza e de status que a sociedade lhes exige.

“Na sociedade de consumo, produzem-se imagens do corpo perfeito (belo, jovem e magro). Consome-se não somente essa imagem, como também, toda a parafernália disponível no mercado para ‘mediar’ a realização dela (as academias; a indústria farmacêutica; a medicina estética etc). os efeitos da produção desses ideais, assim como as ofertas para ‘corrigir’ ou ‘incrementar tais imagens, geram patologias como: depressão, anorexia, bulimia, compulsões (de consumo, de alimentação etc), transtorno do pânico, toxicomanias”. P. 69.

É claro que a autora também menciona (e com razão) as utopias criadas pela modernidade (ideário que tem a “razão como lócus privilegiado para a construção da verdade”), mostrando as suas ilusões que esbarram em vários contextos e acontecimentos do século XX que inviabilizam a idéia de um progresso humano linear, uma visão tão cara ao projeto do iluminismo.


Esse livro aqui é simplesmente sensacional. O autor com um Ph.D em Filosofia pela Universidade de Michigan, EUA, discorre sobre as principais cosmovisões que norteiam a sociedade. Teísmo cristão, deísmo, naturalismo, niilismo, existencialismo, monismo panteísta oriental e pós-modernismo. 

Com uma acurada e afiada navalha que tudo corta, ele tece argumentos contundentes contra o niilismo, naturalismo, panteísmo, pós-modernismo e etc., deixando os seus defensores a ver navios. Diga-se de passagem, a ver seus frágeis navios afundarem e ficarem no fundo do oceano sem esperança nenhuma de serem vistos mais uma vez. 

Quando se tem uma mente preparada na boa filosofia e fincada em conhecimento sólido, essas propaladas teorias e ideias alienantes que reinam por aí, acabam sucumbindo diante da força argumentativa do pensamento lógico racional. 

Os capítulos sobre o “niilismo”, “existencialismo” e “pós-modernismo”, foram os que me chamaram mais atenção, por esses sistemas de pensamento terem infectado que nem uma praga incontrolada de ratos as áreas de humanas. Porém, bastam algumas ratoeiras para esmagar essas ratazanas disseminadoras de doenças ideológicas na Academia.

Esse livro está temporariamente esgotado. Ainda bem que tenho o meu.


Para compreender o que é o tão falado “pós-modernismo”, nada melhor que esse livro escrito pelo Stanley Grenz, renomado Teólogo norte-americano, que clarifica de forma extraordinária as ideias presentes nessa multifacetada “filosofia” pós-moderna, que se alastrou em praticamente todas as áreas acadêmicas nas últimas décadas do século XX, e que continua muito forte nesse início de século nas cátedras de humanas.

Os pensamentos de três dos principais teóricos pós-modernos, Michel Foucault, Jacques Derrida e Richard Rorty, são explicados com uma clareza sem igual, visto que não é fácil entender as obras desses autores. 

De qualquer forma, para mim, foi um grande erro intelectual a academia aderir às ideias desses filósofos. Elas carecem de coerência lógica, e chega a espantar o quanto de suas ideias são tolas e cheias de contradições. 

Os que conhecem um mínimo de filosofia analítica sabem do que estou falando. 

Esse livro em muito me ajudou a ter um interesse especial durante todo o curso de História nas nuances pós-modernas que sempre estavam à espreita no discurso de alguns de meus professores, que sofriam e provavelmente ainda sofrem de um mínimo de preparo filosófico, e que por isso, sem o saber não identificaram em suas graduações o emaranhado de reverberações toscas e sem sentido que vem desses autores, em especial, Michel Foucault.


Li esse livro duas vezes 2009/2010. Qualquer pessoa que estude História, Sociologia, Antropologia, Ciências da Religião, Psicologia, entre outras disciplinas, não pode prescindir da Filosofia. E isso é exatamente o que tem acontecido. 

É lógico que o livro em apreço apenas arranha os temas filosóficos. Completamente básica a sua abordagem dos temas. Mas basta um conhecimento raso dos principais temas filosóficos para perceber que a Filosofia é de fato a RAINHA do conhecimento. Apesar de seu conteúdo bastante abstrato. No entanto, ela é o fundamento para que as outras ciências possam fazer sua trajetória de desvendar a realidade ou parte dela.

Todas as outras disciplinas estão subordinadas a ela. Até mesmo as tão aclamadas Ciências Naturais. Sei que muitos cientistas ficam putos da vida com isso. Pois muitos deles, se julgam semi-deuses devido ao grande sucesso epistemológico de suas áreas de atuação. Mas estas dependem estritamente de deduções, indução, axiomas, pressupostos, etc. Ou seja, da Filosofia. A própria ciência não pode provar a si mesma se não partir de pressupostos filosóficos. 

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