segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Livros Lidos (11)


Livro arrasador do Alister McGrath (Ph.D em Biofísica Molecular e Ph.D em Teologia Histórica na Universidade de Oxford). As ideias fundamentalistas e caricaturas do Sr. Dawkins, o maior cientista ateu do mundo, são esplendorosamente deitadas por terra. 

O autor com muita educação e cordialidade não se esquiva também de tecer altos elogios ao Dawkins como um importante Biólogo do século XX, e um excelente popularizador da ciência com o seu livro o Gene Egoísta. O McGrath, não é um crítico raivoso das ideias do Dawkins, contudo, não poupa críticas bem fundamentadas quando o Dawkins se mete a falar de coisas que não são de sua ossada.


Os quatro primeiros capítulos desse livro são aproveitáveis. O resto do livro é besteira por cima de besteira. Como um cara com Doutorado em Filosofia pode chamar um livro desse que não tem nenhum argumento filosófico contra a existência de Deus, de um "Tratado" (se bem que faz 9 anos que o li, não me lembro se o título em francês é o mesmo da versão em português)?!

Se os militantes ateus dependerem desse livro para vencer o teísmo em algum debate estão fritos. O livro na verdade, não ajudará em nada. Valeu o tempo gasto. Só fez evidenciar mais ainda o meu repúdio a um mundo puramente materialista.


Um bom livro para quem acredita que Ciência e crença em Deus podem ser conciliados. Foi um tempo muito bem gasto em 2011 quando li essa obra escrita por um Cientista do nível do Francis Colins, que possui um Ph.D em Físico-Química, é um renomado Geneticista e Diretor do Projeto Genoma, responsável pelo mapeamento do DNA humano.

"Os cientistas que se dizem ateus têm uma visão empobrecida sobre perguntas que todos nós, seres humanos, nos fazemos todos os dias. 'O que acontece depois da morte?' ou 'Qual é o motivo de eu estar aqui?'. Não é certo negar aos seres humanos o direito de acreditar que a vida não é um simples episódio da natureza, explicado cientificamente e sem um sentido maior. Esse lado filosófico da fé, na minha opinião, é uma das facetas mais importantes da religião. A busca por Deus sempre esteve presente na história e foi necessária para o progresso".

"Os cientistas ateus, que acreditam apenas na teoria da evolução e negam todo o resto, sofrem de excesso de confiança. Na visão desses cientistas, hoje adquirimos tanta sabedoria a respeito da evolução e de como a vida se formou que simplesmente não precisamos mais de Deus. O que deve ficar claro é que as sociedades necessitam tanto da religião como da ciência. Elas não são incompatíveis, mas sim complementares".


Dentre os livros que li em 2011, esse foi um dos mais importantes e empolgantes. Talvez o melhor livro em português sobre a controvérsia, por trazer três visões distintas sobre a origem dos seres vivos.

Um dos trechos mais importantes do livro é quando os defensores da interpretação literal dos primeiros capítulos de Gênesis admitem que os dados da natureza contradizem a sua visão. É um tipo de honestidade que falta a maioria dos criacionistas clássicos.

O primeiro ponto de vista defende que a Terra é jovem - nada de bilhões de anos. Tendo como referência primária o livro bíblico de Gênesis.

O segundo ponto de vista defende que a Terra é antiga - aceita os bilhões de anos propostos pela Ciência moderna. Interpreta os dias de Gênesis como não literais.

O terceiro ponto de vista defende a atual Teoria da Evolução, mas tendo o Deus judaico-cristão como o seu iniciador.


Um diálogo proveitoso e gostoso de se ler entre um religioso (Frei Beto) e um Cientista (Marcelo Gleiser), mediado pelo Astrólogo Waldemar Falcão (isso mesmo, nem tudo é perfeito). 

Marcelo Gleiser (Ateu, Ph.D em Física pelo King’s College da Universidade de Londres, Mestrado em Física pela UFRJ, Bacharelado em Física na PUC, no Rio de Janeiro. É Professor de Física e Astronomia e Pesquisador da Universidade Darmouth College, em Hanover, EUA. Membro da Academia Brasileira de Filosofia e membro da Sociedade de Física Americana) falando sobre alguns cientistas que zombam da idéia de Deus.

"Claro [que] tem cientistas que são pessoas profundamente religiosas, de todas as religiões. As pessoas se perguntam: “Mas não é incompatível?” Não, não é. Eles dizem que o estudo da ciência, da natureza, para eles, os ajuda a apreciar a obra de Deus. Para eles, quanto mais aprendem sobre o mundo, mais se aproximam ou mais admiram o Criador deles... As pessoas podem perguntar: “Ah, mas existem ateus fundamentalistas, tipo Richard Dawkins, Sam Haris.” É verdade. Mas esses cientistas não são a voz da ciência". 

"Eles são alguns cientistas quem têm o parecer deles sobre o que acham dessa questão, mas não falam por toda a ciência, nem por todos os cientistas". 

"Recentemente [Stephen Hawking] andou falando grandes besteiras com relação a essa questão [a origem do universo]. Chegou a afirmar que Deus é desnecessário. Só esqueceu de dizer que essa ciência a que se refere é altamente especulativa, mais metafísica do que física. É importante fazermos uma distinção entre o que a ciência pode e o que a ciência não pode tratar. Uma das coisas importantes nessa discussão é que existe uma grande diferença entre o 'porquê' e o 'como', e a ciência é muito boa com o 'como'".

Nenhum comentário:

Postar um comentário